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2022-06-01

Aposta em chefias eficazes amplia eficiência das organizações

Num mundo em acelerada mudança, é preciso manter o foco e potenciar a motivação das equipas. E é para alcançar estas metas que as empresas têm de apostar em chefias eficazes. ‘Chefiar equipas operacionais’ foi o tema do mais recente webinar do programa Talentum que, organizado pela CEFAMOL e com uma plateia virtual composta por mais de três dezenas de profissionais do sector, decorreu no dia 30 de maio.

Uma vez mais, a sessão teve como oradores convidados Patrícia Baptista (docente na Católica Lisbon School of Business and Economics) e Artur Ferraz (consultor na área de Gestão de Pessoas) que, de forma dinâmica, expuseram as suas posições, pautadas por momentos de bom humor.

O mundo tem vindo a mudar rapidamente, lembrou Artur Ferraz, salientando que, o mundo VUCA (marcado pela volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade) deu lugar a um outro, BANI (frágil, ansioso, não-linear e incompreensível). No meio destas mudanças e de toda a incerteza que as caracteriza, afirmou, “é preciso manter o foco e potenciar a motivação das equipas”. Para tal, considerou, “é preciso indicar o caminho às pessoas” nas organizações. É fundamental que se perceba “para onde a organização vai e quais as competências que vão fazer mais falta na equipa”.

As pessoas, no seu entender, “precisam, essencialmente, de ver o líder como um exemplo”. É crucial que as empresas apostem, com cuidado, nas chefias das suas equipas. Estas pessoas, salientou, têm de saber comunicar, inspirar motivação e confiança. Para Artur Ferraz, é imperioso que sejam pessoas com competências de organização, influência, acompanhamento e delegação.

Lembrando que a questão das chefias operacionais tem sido abordada ao longo do programa Talentum, por diversas vezes, foi salientado que a sua importância se prende com a necessidade de gerar maior eficiência nas operações ou aumentar a flexibilidade produtiva. “As pessoas precisam de incentivos, mas também de uma orientação clara e detalhada”, defendeu.

É necessário, por isso, organizar a estrutura de forma que todos a entendam e sigam. E nesse aspeto, é de grande importância que seja dada a possibilidade de as pessoas questionarem e darem feedback sobre o que se passa. Depois, é preciso que quem chefia consiga desenvolver técnicas de influência positiva, evitando realçar – sobretudo em público – os aspetos negativos dos elementos da equipa. A assertividade é, no seu entender, fundamental. É também necessário que a chefia saiba acompanhar, promovendo a criação de sistemas de avaliação de desempenho, mas também que consiga delegar.

Para Patrícia Baptista, estes são aspetos que para serem tratados beneficiam da presença de uma área de Gestão de Pessoas porque, “para além de conhecer a empresa, terá modelos para estas competências”. Salientando a importância das capacidades de comunicação que um líder deve ter, considerou que nem sempre se resolve a questão promovendo as pessoas que são boas do ponto de vista técnico. Para que isso funcione, advertiu, é preciso apostar em formação que prepare a pessoa para as novas funções.

 

Desenvolver competências

Para Artur Ferraz, a indústria de moldes caminha, nesta questão, a ritmos diferentes. Se, por um lado, há empresas que estão desde há muito a preparar-se para o desenvolvimento das suas Pessoas; outras há, no entanto, que continuam a desenvolver a sua ação como faziam há duas décadas ou mais.

“Muitas vezes, o empreendedor não percebe algo essencial: o seu papel é sempre decisivo porque é ele quem cria, mas com o crescimento da organização, tem de alterar a sua postura porque é necessário delegar poderes em chefias”, considera, salientando que “as empresas têm de perceber que o desenvolvimento de competências faz parte do que é o trabalho”. Para isso, defende, “é preciso tempo e mudanças tranquilas. Mas o problema é que hoje a mudança tranquila tem de ser feita num curto espaço de tempo”.

Já Patrícia Baptista defende que, nesta questão, a indústria de moldes “não difere dos restantes”, uma vez que “estamos a tratar de pessoas” e “pessoas são pessoas em todo o lado”. Há, no seu entender, “uma franja do tecido empresarial que acompanha à força as exigências do mercado quando seria muito mais positivo se já estivesse à frente dessas exigências”. O fundamental é, nesta matéria, “falar de todas estas questões com bom senso”. Artur Ferraz concorda, acrescentando que “falar do que acontece de melhor e pior acaba por ser a melhor formação para as equipas: é sistemática e virada para aquilo que está a acontecer”.

Antes do final da sessão, e convidada a comentar a forma como os jovens olham a indústria, Patrícia Baptista considera que a forma como são recebidos pode ditar o sucesso ou insucesso do recrutamento. Por isso, deixou o desafio às empresas de criarem equipas multidisciplinares a pensar no processo de ‘onboarding’. Sugeriu que definissem qual a informação crítica, a componente técnica, a missão, os valores e a cultura que definem a empresa e que são essenciais dar a conhecer a quem acaba de chegar e que, depois, seja criado um programa de acolhimento às pessoas que entram na organização. No final, considerou ainda, deverá ser feito um piloto para que se possa avaliar o resultado.

Criado pela CEFAMOL, o Programa Talentum procura, desde 2019, chamar a atenção para os temas da inovação organizacional e Gestão de Pessoas nas empresas. Para além dos webinares, é composto também por ações de formação e outras de intervenção direta nas empresas, com o objetivo de apoiar, de forma eficaz, a mudança que as empresas necessitam para crescer.

 

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