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2023-04-19

Chefias intermédias são facilitadoras da mudança nas empresas

Com um papel “fundamental” nas organizações, as chefias intermédias, pela proximidade e comunicação com as suas equipas, são aquelas que “conseguem desenvolver os processos de mudança” necessários ao crescimento das empresas.


Esta foi uma das principais conclusões do webinar ‘A importância das chefias intermédias nas empresas’ que, organizado pela CEFAMOL, decorreu no dia 18 de abril, no âmbito do Programa Talentum, reunindo uma plateia ‘virtual’, composta por mais de três dezenas de profissionais da indústria.


Numa sessão muito dinâmica, coube a Artur Ferraz, consultor de Gestão de Pessoas, desenvolver a temática de uma forma mais teórica, enquanto Paulo Oliveira, gestor de produção do Grupo Socem, partilhou a sua visão prática da questão, numa interessante complementaridade entre ambos.


Artur Ferraz lembrou as mudanças que o mundo sofreu desde 2019, com a pandemia de Covid e a guerra na Ucrânia, para salientar que toda a instabilidade que hoje se vive tem de ter, por parte das empresas, respostas que assegurem confiança e bem-estar às pessoas. O papel da liderança intermédia é, no seu entender, fundamental, uma vez que, considerou, “as chefias intermédias são as facilitadoras da mudança”.
Entre outras questões, cabe a estas chefias o papel de preparar e transmitir às equipas o processo de adaptação para a mudança, devendo ter como prioridade um ambiente de trabalho humano e centrado na comunidade. Têm, também, de conseguir reconhecer o impacto das competências no crescimento da capacidade de produção de riqueza, definindo prioridades, investindo na formação das pessoas e preparando-as para um futuro disruptivo. É que, enfatizou, é preciso que as pessoas estejam preparadas para lidar com as incertezas e a volatilidade do mundo.


Isso consegue-se, no seu entender, promovendo ações de envolvimento com as equipas e apostando em ambientes de trabalho saudáveis. Mas, advertiu, o papel das chefias intermédias tem de estar alinhado com o topo da organização, de forma que consiga orientar as equipas em torno das prioridades. Ou seja, uma chefia intermédia está comprimida entre o topo e a base da organização, numa espécie de ‘efeito hamburger’, nem sempre fácil de gerir.


E uma das prioridades é conseguir manter a equipa alinhada. Como? “Com regras de trabalho e normas simples e de fácil compreensão”, defendeu Artur Ferraz, lembrando que este tem de ser sempre “um processo de interajuda, pois só assim a empresa ganha como um todo”. Para isso, a chefia intermédia tem de estar disponível para ouvir, seja problemas ou soluções, e proporcionar estabilidade às pessoas.

 


Coesão
Paulo Oliveira, gestor de produção do Grupo Socem, partilhou aquilo que designou como “a luta do dia-a-dia para mudar alguma coisa e fazer crescer as empresas”, papel que, considera, caracteriza as chefias intermédias.


No seu entender, é fundamental, desde o início, o alinhamento com a gestão das empresas. “Se algo não estiver definido, é difícil criar progresso, inovação e melhoria contínua” e, como tal, dificulta também o processo de definir rumos e prioridades. Por isso, “é importante ter objetivos claros nas empresas para conseguir alinhar toda a equipa e esta pode ajudar a chefia neste caminho da inovação, porque é importante que não seja apenas a chefia a pensar”.


A liderança, no seu entendimento, é feita de equipas: é conseguir agregar as competências e fazê-las crescer. E, adiantou, “não é preciso ser bom técnico e saber tudo para ser líder da equipa”. A liderança, salientou, “é perceber quem nos rodeia, estar alinhados com a empresa e a equipa, definir o ritmo e avançar”. Por isso, considerou ser fulcral dedicar tempo a conhecer as pessoas. “Nesta questão, não vamos lá com ‘achismos’: é preciso saber e estar certo do que nos rodeia para tomar decisões fundamentadas”, explicou.


Para Paulo Oliveira, cerca de 80% do papel da chefia tem a ver com liderança, conhecimento das equipas e valorização das pessoas, enquanto os restantes 20% estão diretamente ligados ao conhecimento das áreas técnicas.


A este respeito, Artur Ferraz defendeu que um bom técnico nem sempre é um bom líder. Lembrando que as empresas da indústria de moldes são, na sua maioria, de dimensão e projetos que nasceram de uma única pessoa, salientou que, de uma maneira geral, nunca tiveram chefias intermédias. E se, a determinado momento, elas são criadas, isso significa que a empresa cresceu em dimensão. No entanto, advertiu, “esse crescimento tem de ser acompanhado de maturidade, sob pena do papel dessa chefia não ser devidamente valorizado e todo o processo cair por terra”.


Para Paulo Oliveira, uma questão fundamental em tudo isto é conseguir a coesão das equipas. “Para ganhar uma guerra, temos de estar todos juntos. E isso só se consegue comunicando com as pessoas e valorizando a opinião e o feedback de todos”, defendeu.


Criado pela CEFAMOL, o Programa Talentum procura, desde 2019, chamar a atenção para as temáticas da inovação organizacional e gestão de pessoas nas organizações. Além dos webinares e sessões presenciais, é composto também por ações de formação e outras de intervenção direta nas empresas, com o objetivo de apoiar, de forma eficaz, a mudança que as empresas necessitam para crescer.

 

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