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2022-11-24

As empresas devem apostar nas suas pessoas porque têm retorno desse investimento

Investir num bom ambiente de trabalho é fundamental para ter pessoas motivadas. “As empresas devem apostar nas suas pessoas porque têm sempre retorno desse investimento”. Esta foi uma das principais mensagens da sessão ‘Organização, Gestão e Remunerações Variáveis’ que, organizada pela CEFAMOL, teve lugar no dia 23 de novembro, no Centro Empresarial da Marinha Grande, tendo como orador convidado Rui Serôdio, Consultor Associado da RMA Portugal.


O tema desta ação, assinalou, logo no início, Manuel Oliveira, secretário-geral da CEFAMOL, afigura-se “fundamental no processo de produção, como forma de ‘casar’ a atração com a retenção de talentos”.


Rui Serôdio começou por recordar o momento ímpar por que passa o mundo, caracterizado por uma fase de incertezas e de mudanças abruptas, com a inflação a subir. Tudo isto, no seu entender, é gerador de insegurança nas empresas, quer para as administrações que têm dificuldade em projetar o futuro, quer para os colaboradores que sentem a quebra do poder de compra e não sabem se terão atualizações salariais que permitam fazer face a isso.


Uma das questões que o orador sublinhou como sendo fundamental é “a clareza”: as empresas devem ter perfeitamente definidos todos os seus critérios, sejam de organização, de remuneração, de avaliação ou de prémios de desempenho. Esses critérios, salientou, “têm de ser claros e baseados em questões profissionais”, devendo contemplar “incentivos variáveis, em função de objetivos que promovam a sustentabilidade da empresa e a criação de valor”.


Uma empresa tem, no seu entender, de manter a coerência salarial em relação a todas as áreas da organização, com uma definição clara das competências em cada uma delas, sejam técnicas ou comportamentais. A definição das remunerações deve ser, também, um processo profissional, acompanhado por estudos e modelos de avaliação.


A orientação para os resultados é essencial, mas deve ser transmitida de forma percetível a todas a estrutura da organização. Para Rui Serôdio, é preciso ter em atenção a forma como está restruturado o organograma da empresa. Este deve ser claro, completo e conhecido por todas as pessoas da organização para que não existam dúvidas. Para além das hierarquias, este organograma deverá ser acompanhado por um descritivo de funções, com metas e objetivos, mas também a grelha salarial.

 

 


Motivar
Um outro ponto que salienta é a importância de a empresa criar um método de “premiar como forma de motivar”. Ou seja, a remuneração variável. “Esta é muito importante para a motivação dos trabalhadores e deve ser definida mediante um sistema ligado ao cumprimento dos objetivos”, adverte, considerando que estes têm de ser “claros, quantificáveis e alcançáveis, apoiando a estratégia geral da empresa”.
Tudo isto deve ser o reflexo da cultura da empresa. E esta deve ser, também, do conhecimento de todos. Aí, destaca a importância de existir um regulamento interno, contemplando todas as questões profissionais, inclusivamente as normas de avaliação de desempenho.


Assume particular relevância, no seu entendimento, o acompanhamento das pessoas. Por isso, defende a criação (se ainda não existir) de um ‘manual do colaborador’, com, entre outros, códigos de ética e conduta e regulamentos internos.


A avaliação de desempenho é, neste contexto, um processo fundamental na organização porque permite perceber o papel de cada uma das suas pessoas, lembrou ainda. Mas estas têm de conhecer os seus critérios e o que está subjacente aos bons resultados, como sejam os prémios de prestígio, as promoções ou os aumentos. Para tudo isto, enfatizou, são necessárias métricas: os key performance indicators (KPI). E estes, salientou, têm de estar “alinhados com o plano estratégico da empresa, ser quantificáveis, mensuráveis e claros”.


Chamou depois a atenção para a importância da avaliação de desempenho, que tem de ser feita seguindo “critérios profissionais”. Este passo, frisou, “é a base para o desenvolvimento e crescimento”, não apenas das pessoas, mas e sobretudo da organização, porque permite melhorar a produtividade e a motivação.


Esta avaliação deve ser consequente, ou seja, as pessoas devem ser premiadas pelo mérito. Os prémios deverão ser regulares e alinhados com os objetivos da empresa. Mas terão de seguir critérios justos, fáceis de medir e de compreender pelas equipas e/ou departamentos.


Esta sessão pautou-se pela dinâmica na forma como a plateia, composta por mais de três dezenas de profissionais do sector, foi interpelando o orador. Às preocupações da assistência, relacionadas com a escassez de mão-de-obra ou a necessidade de maior formação de quadros, Rui Serôdio salientou a importância de as empresas definirem como prioridade a aposta nas pessoas e que essa seja percecionada por elas, de forma a criar equipas motivadas e empenhadas em melhorar a produtividade das organizações.

 

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