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2022-10-11

Com empatia e paixão, gerir pessoas é como conduzir uma orquestra

Pode uma empresa gerir tão harmoniosamente as suas pessoas como um maestro conduz uma orquestra? A resposta é afirmativa, de acordo com Rui Carreira (Maestro na Banda Sinfónica de Alcobaça).


A estratégia ocupa o lugar da batuta. O líder é o maestro. E, desta forma, a empresa pode gerir harmoniosamente as suas equipas, com ritmos e momentos afinados, como se de uma orquestra se tratasse. Mas, advertiu o maestro, para que isso aconteça é fundamental que o líder siga a estratégia de “olhar nos olhos, coração no coração”. Ou seja, a empatia é essencial para uma gestão harmoniosa de pessoas.


Rui Carreira foi o convidado da mais recente sessão do Programa Talentum e, lado a lado com Artur Ferraz (Consultor na área de Gestão de Pessoas), desenvolveu o tema ‘A Liderança vista de um ângulo diferente: como liderar pessoais harmoniosamente’. A ação, organizada pela CEFAMOL, decorreu no dia 10 de outubro, no Centro Empresarial da Marinha Grande, assinalando o regresso deste programa às sessões presenciais. Desde o ano de 2020, devido à pandemia, as sessões do Programa Talentum têm decorrido sob a forma de webinares mensais.


Tendo a música como pano de fundo, Rui Carreira foi usando várias analogias para que a assistência – composta por mais de duas dezenas de profissionais do sector – concordasse que, afinal, seja uma orquestra ou uma empresa, o fator decisivo do sucesso são as pessoas e a forma como são geridas. É que, salientou, “não há milagres: os bons resultados só se alcançam com muitas horas de trabalho”.


Para além de trabalho, o maestro (ou o líder das equipas) tem de ter em atenção três características imprescindíveis: em primeiro ligar, tem de ser curioso e, com isso, estar sempre atento às pessoas que o rodeiam; depois, tem de ter capacidade e criar espaços para se deixar surpreender, abandonando a ideia de que é detentor de todo o conhecimento; e, por fim, tem de se deixar apaixonar pelo que faz e pelas pessoas que tem a seu lado, reconhecendo o seu valor.


Estas são características, no seu entender, fundamentais para liderar de forma harmoniosa. Para além delas, frisou, é necessário que o líder tenha também um conjunto de regras e princípios basilares para conseguir motivar e retirar o melhor das suas equipas.


Tal como o maestro, o líder de uma equipa tem de conseguir colocar os elementos no lugar-chave e, com isso, fazê-los crescer na organização. Ou seja, alcançarem a melhor versão de si próprios. E tem também de conseguir que as pessoas coloquem o bem maior que é a empresa – ou, no caso da orquestra, a música – no centro das suas prioridades.

 


Todos são importantes
Artur Ferraz sintetizou que em comum, empresas e orquestras, têm as pessoas como a mais importante ‘matéria-prima’. E, por isso, necessitam de desenvolver o mesmo tipo de atitudes e características. O que muda, no seu entender, acaba por ser o local. Porque a forma de olhar e tratar as pessoas para que se consigam obter resultados, não são, afinal, muito diferentes. “Tal como na orquestra, é essencial motivar as pessoas nas equipas para que trabalhem juntas e consigam a desejada harmonia”, considerou.


E mesmo em questões como a disciplina e a criatividade, a semelhança também é grande. Rui Carreira defende que devem andar lado-a-lado. Os músicos numa orquestra, esclareceu, estão ao serviço da música e não para se autopromoverem. Mas há sempre um lugar na orquestra onde o seu valor é mais notório. Por outro lado, reforçou, “se um deles falta, a harmonia da orquestra é posta em causa”. Todos são importantes porque cada um tem o seu papel. O mesmo deve acontecer nas empresas, defendeu.


“No fundo, estamos todos a gerir pessoas. No caso do maestro, sem palavras, apenas com um gesto”, adiantou, sublinhando que a liderança só funciona quando as pessoas que são lideradas reconhecem o valor de quem está com a batuta na mão. E no caso das empresas isso é, no seu entender, imprescindível que aconteça.


Artur Ferraz acrescentou que, em muitas casos, se confunde lideranças com chefias. Mas os líderes são quem influencia as pessoas e, por isso, é fundamental que essa liderança tenha presente valores como a ética e uma aposta grande na comunicação.


A sessão foi muito participada, com os presentes a colocarem questões e darem nota das suas dúvidas e opiniões.


Criado pela CEFAMOL, o Programa Talentum procura, desde 2019, chamar a atenção para a temática da Gestão de Pessoas e da Inovação Organizacional nas organizações. Para além das sessões presenciais e webinares, é composto também por ações de formação e outras de intervenção direta nas empresas, com o objetivo de apoiar, de forma eficaz, a mudança que as empresas necessitam para crescer.

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