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2023-10-09

Capital humano é o maior intangível das empresas

As pessoas e o seu papel são dos ativos intangíveis mais importantes para as empresas. Esse capital humano tem um valor primordial no sucesso e no desempenho de uma organização. Desta forma, o custo de perder uma pessoa - esse intangível - é uma questão que deve preocupar as organizações e que tem de ser valorizada, sob pena de as empresas perderem o seu maior bem. Para acautelar tal situação, as organizações têm de olhar de forma mais atenta para a gestão das suas pessoas.


Esta foi, em síntese, uma das principais conclusões da sessão do Programa Talentum que decorreu dia 4 de outubro, online, e perante uma plateia virtual composta por mais de duas dezenas de profissionais do sector.


‘Desenvolver um departamento de capital humano numa empresa de moldes’ foi o tema abordado pelo orador ‘residente, Artur Ferraz, da IBC. A sessão começou com a clarificação da definição de gestão de pessoas que, no entender do orador, tem de passar de ‘gerir recursos humanos’ para ‘gerir capital humano’. “As pessoas são o capital humano das empresas e não um recurso”, acentuou.


Para lidar com este “bem intangível”, as empresas “precisam, desde logo, de criar uma estrutura própria para dar resposta a todas as questões que digam respeito às suas pessoas”. Ou seja, um departamento de gestão do capital humano.


Para tal, tem de haver “vontade” da administração e capacidade de dar autonomia e poder de decisão a alguém que ficará encarregue de cuidar das pessoas da organização. E isso, salientou, significa muito mais do que processar salários ou gerar sistemas de avaliação.


A criação desta estrutura tem de ser integrada numa estratégia, com um plano de ação definido, segundo o qual toda a organização tem de estar integrada. “Gerir pessoas só funciona enquanto trabalho de equipa”, salientou. Depois, este é um processo de mudança e, portanto, os seus resultados não são visíveis num curto espaço de tempo. “É preciso que a administração perceba que, antes de produzir efeitos positivos, a mudança provoca efeitos negativos. Mas é preciso mitigar o que está mal para conseguir avançar”, sustentou Artur Ferraz.


E se já existem empresas que estão a seguir este rumo, muitas outras há que ainda não iniciaram o percurso. Aliás, “muitas ainda não perceberam que têm de ter alguém a pensar o seu futuro, limitando-se a ter uma atitude reativa em função das situações urgentes”, considerando que “se estamos sempre a trabalhar na urgência, não avançamos. Mas se queremos percorrer o caminho da sustentabilidade, temos de trabalhar e pensar a empresa para o futuro”.

 

Mudança

“O mundo atual criou a necessidade de desenvolver novas abordagens de gestão de pessoas”, enfatizou o orador, citando o professor Dave Ulrich, explicando que há um conjunto de pressupostos que levaram a esta mudança, de entre os quais, a Covid-19. Das principais questões às quais a pandemia deu relevo, exemplificou com “a saúde e o bem-estar”, bem como “o papel das tecnologias”. “Estas são situações que têm de estar no centro da atenção das empresas”, defendeu.


As pessoas passaram a assumir-se como o principal ativo das organizações que têm de repensar a sua cultura, valorizando esse intangível. “A cidadania social coloca os valores no centro de uma agenda empresarial sustentável”, lembrou, salientando que as pessoas são “o valor dos valores”. “Com toda esta atenção crescente, o investimento e a investigação sobre as pessoas e os fatores organizacionais aumentaram”, alertando que, contudo, “essa não é ainda a realidade do tecido empresarial em Portugal”.


Artur Ferraz destacou ainda os “quatro passos necessários para acrescentar valor à empresa: o talento e capital humanos; a liderança; a organização; e a gestão de pessoas. Estes interligam-se e, conjugados com um conjunto de passos necessários para os valorizar, criam um sistema integrado. E é desta forma que as empresas os devem valorizar e colocar em prática, apostando numa abordagem holística que melhore a capacidade humana.


Para que tenha sucesso, este sistema tem de trabalhar com a realidade; ou seja, as empresas têm de conseguir medir, com rigor, o que acontece não apenas na produção das máquinas e equipamentos, mas também com as suas pessoas.


Criado pela CEFAMOL, o Programa Talentum procura, desde 2019, chamar a atenção para a temática relacionada com a Gestão de Pessoas e a Inovação Organizacional. Para além dos webinares e sessões presenciais, é composto também por ações de formação e outras de intervenção direta nas empresas, com o objetivo de apoiar, de forma eficaz, a mudança que as estas necessitam para crescer.

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